Fisioterapia e Movimento
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Mensagem  Paulo Henrique Oliveira Qua Abr 13, 2011 2:12 pm

O FISIOTERAPUTA NO BRASIL: APROXIMAÇÕES E DESAFIOS

Raquel Miguel Rodrigues*
Mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ – RJ
raqmig@terra.com.br
A produção científica na área de Fisioterapia vem crescendo lentamente no Brasil, embora a maioria da literatura tradicional utilizada nos cursos de graduação tenha origem em outros países, como Estados Unidos, França, Austrália (Blascovi-Assis & Peixoto, 2002). Tal cenário promove perspectivas de atuação a partir de dados coletados em países com diferenças culturais, epidemiológicas e até mesmo de sistemas de saúde distantes da realidade nacional. No entanto, alguns estudos, principalmente advindos do universo ensino-pesquisa-extensão, vêm sinalizando a necessidade de uma investigação mais integral a partir da realidade local.
A formação e a prática da Fisioterapia, hoje, estão direcionadas, prioritariamente, para a clínica de reabilitação e para os centros de terapias hospitalares. Há a tendência no ensino superior de Fisioterapia em valorizar o individual, a terapêutica, a especialidade e a utilização de métodos e técnicas sofisticadas (Rezende, 2007). Talvez aqui resida o determinismo do caráter predominantemente clínico e limitado aos locais de atendimento em níveis secundário e terciário de atenção à saúde na prática do Fisioterapeuta.
Tais características, segundo a mesma autora, estão em consonância com o modelo médico-assistencial privatista, ainda hegemônico no Brasil. A forma de perceber, explicar e enfrentar os problemas de saúde ao longo da história do nosso país acarretou o predomínio do pensamento clínico sobre o processo saúde-doença e, consequentemente, os esforços dos profissionais ou áreas de estudo preocupadas com as condições de saúde do homem concentraram-se, por um extenso período, na descoberta de novos métodos de “tratamento” das doenças, revelando a preponderância de uma assistência “curativa”, recuperativa e reabilitadora.
No sentido de tentar compreender a tendência dos estudos recentes sobre o campo de atuação profissional e sua interseção com a política de saúde no Brasil, propõe-se a presente revisão crítica acerca do tema a fim de desenvolver algumas aproximações e desafios sobre a assistência fisioterapêutica nacional.
As particularidades de profissões historicamente inscritas no contexto da reabilitação, tal como a Fisioterapia, favorecem a cultura de atuação limitada à existência de amplas salas, equipamentos, recursos caros e dependentes de uma infra-estrutura física e de material específico. Essa visão mantém a Fisioterapia à margem de muitas discussões que atualmente tem permitido avanços para outras profissões da saúde (ABRASCO, 2003).

Referências Bibliográficas:

ABRASCO. Associação Brasileira de Saúde Coletiva. A Fisioterapia na Saúde coletiva: buscando enfrentar os desafios da integralidade da atenção. Anais do VI Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva. Brasília, 2003.
BARROS, Fabio Batalha M. (Org.). O fisioterapeuta na saúde da população: atuação transformadora. Rio de Janeiro: Fisiobrasil, 2002.
BARROS, F. B. M. Poliomielite, filantropia e fisioterapia: o nascimento da profissão de fisioterapeuta no Rio de Janeiro dos anos de 1950. Ciência & Saúde Coletiva, 13(3):941-954, 2008.
BLASCOVI-ASSIS, S.M. & PEIXOTO, B. O. A Visão dos Pacientes no Atendimento de Fisioterapia: dados para traçar um novo perfil profissional. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.15, n.1, p. 61-67, abr./set., 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção à Saúde. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Saúde Integral. Brasília, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS. Brasília, 2004a.
BRASIL. Projeto-Lei n°. 4261 de 19 de outubro de 2004. Inclui os profissionais fisioterapeuta e terapeuta ocupacional no Programa Saúde da Família – PSF. Disponível em: http://www2.camara.gov.br/internet/proposicoes. Acesso em: 27/10/2008
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução Nº CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual para Organização da Atenção Básica. Brasília, 2002.
FREITAS, M.S. A Fisioterapia na Atenção Primária à Saúde em Juiz de Fora. In: O Fisioterapeuta na Saúde da População: Atuação Transformadora. 1 ed. Fisiobrasil: Rio de Janeiro, 2002.

Paulo Henrique Oliveira

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